Sonho em paralelo
Aberturas e vias que não acabam
num jardim qualquer
Avenidas atravessam e extravasam
As noites inteiras ao som de mosquitos
E sombras.
Não há nada que não se modifique
com o passar lento ou rápido dos dias.
Tudo como num navio estranho
Vagando em águas intranqüilas e mareando
As vagas lembranças do que ainda trago
Não, não há nada que não mude
Com o correr longo dos rios
A vida vai e com ela sempre vem as angústias
E pesadelos que se foram enganosamente
em um dia claro de sol ardente
Arde-me ainda o pensar
nos pensamentos que não me entenderam,
as idéias que não me viram em mim
que julgaram sem prever a minha dor
pelo que eles não puderam compreender
Rezo! Desculpo-lhes as más intenções
Não sabiam o que fizeram
E agora seguem seus caminhos como eu
Sem saber exatamente para onde vão
Mas penso no que eu era
Não sou mais o que fui e não voltarei a sê-lo
Mas agora sigo gira pelo mundo
Aprendi a fazer as portas
se abrirem quando eu quero
As fechaduras já não me armam ciladas
Já não temo
E então, eu vou...
Vou indo como o pássaro que nada teme
Que sente o vento tremer as casas
E não se abala com sua força
Olho a minha volta
O céu de manhã é lindo como a aurora
Quando o sol vai embora
E se despede tranqüilo porque sabe
Que amanhã é um novo dia
E que o que registrará na página em branco
Será a única razão, que então,
Por algum motivo, o guiará...
Gió – 20/12/2007.
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